Teatro flutuante da Áustria - Creditar imagens: parceirosdaverdade.blogspot.com.br
Chega, Basta! Não Dá Mais.
Vendo TV aberta, de arte, na minha casa, acompanhando uma matéria, de um certo jornalista bem informado, fui despertado com uma constatação no qual venho pensando sobre o fazer teatral dos últimos tempos.
Confesso, não dá mais, chega.
Revolvendo com meus botões, pergunto: estamos fazendo arte ou trocando as cadeiras dos analistas para desabafar em publico?
Teatro documental, modinha ou forma de ganhar dinheiro com arte?
Bom, cheio de perguntas, observando cada vez mais esse mercado de variedades, lotado de imagens, luzes e palavras desconexas, desliguei a TV e peguei o jornal local.
Deparo com o que? Está certo, não é o melhor jornal, mas ainda assim é um jornal, com críticos, jornalistas preparados para escrever palavras também desconectadas sobre o ofício da arte de fazer teatro... Cuidado senhores jornalistas estamos com os olhos bem abertos para enxergar o que vocês estão escrevendo...
Surpresa a minha foi deparar com três espetáculos locais, de pessoas renomeadas, importantes para o teatro, falando exatamente sobre processo de criação autoral e documental.
Que isso mineiros! Respeitados pela experimentação coletiva, pelas construções em processos colaborativos, experimentar o ofício em grupo, e tantas outras denominações, agora optaram entrar na era do consumismo da arte por necessidade pessoal? Vivemos e sobrevivemos das leis de incentivo, sabemos que isso é o Karma do século XXI. mas cadê as histórias que de fato transformam uma sociedade?
Será perseguição? Ou modismo?
Pergunto a mim mesmo três vezes, novamente... Será modismo?
Que saco, não consigo pensar em outra coisa...
Será que vou ter que colocar a minha vida no palco para fazer parte desse mundinho artístico...? Cheio de declarações pessoais, vangloriações para exaltar o ego, escancarando o que poderia ser privado? Calma.
Vamos lá, não pensem que acabou.
Continuando a saga, em busca de integração com o universo do teatro, vou mais além.
Ah não... De novo não... Passando por sites de notícias dos ditos festivais internacionais de teatro do nosso Brasil Varonil descubro que 40% dos espetáculos produzidos para as grades destes festivais e suas curadorias, são de cunho autoral.
Onde encontrar criadores de histórias? Sim, criadores e não performes de ações dramáticas sem começo, meio e fim.
Não consigo raciocinar com os atuais joguetes de palavras e sombras de dúvidas.
Isso aqui é meu ( blog), portanto me coloco na primeira pessoa com direito de desabafar através de palavras e sentimentos carregados de pavor, pois faço parte deste meio da arte.
Ando cansado da minha educação artística. Levantar no final de uma apresentação está cada vez mais difícil. Estou esgotado de cumprir protocolos, risinhos, carões e poses de um papel sem the end, sem prazer.
Preciso acreditar na emoção da arte. No valor da construção e no poder da transformação, caso contrário terei que mergulhar nos rituais de Dionísio, na construção das tragédias e comédias gregas para descobrir se isso tudo realmente valeu a pena.
A final teatro é ofício e não babação de palavras.
Ser ou não ser...Eis a questão.
Ah! Que saudade, da escola, dos amigos, das cervejas, das rodas de teatro na rua, dos grupos de trabalho, dos grupos de pessoas que pensavam em outras pessoas quando escolhiam e criavam seus textos, do respeito ao publico, do valor integro do fazer teatral... Quantas saudades...
Ainda bem que me restam lembranças.
E elas ficam,
E me fazem sonhar.
Marcelo Oliveira
Ator, diretor, educador
Sobrevivente do pensar e fazer teatro.
Vendo TV aberta, de arte, na minha casa, acompanhando uma matéria, de um certo jornalista bem informado, fui despertado com uma constatação no qual venho pensando sobre o fazer teatral dos últimos tempos.
Confesso, não dá mais, chega.
Revolvendo com meus botões, pergunto: estamos fazendo arte ou trocando as cadeiras dos analistas para desabafar em publico?
Teatro documental, modinha ou forma de ganhar dinheiro com arte?
Bom, cheio de perguntas, observando cada vez mais esse mercado de variedades, lotado de imagens, luzes e palavras desconexas, desliguei a TV e peguei o jornal local.
Deparo com o que? Está certo, não é o melhor jornal, mas ainda assim é um jornal, com críticos, jornalistas preparados para escrever palavras também desconectadas sobre o ofício da arte de fazer teatro... Cuidado senhores jornalistas estamos com os olhos bem abertos para enxergar o que vocês estão escrevendo...
Surpresa a minha foi deparar com três espetáculos locais, de pessoas renomeadas, importantes para o teatro, falando exatamente sobre processo de criação autoral e documental.
Que isso mineiros! Respeitados pela experimentação coletiva, pelas construções em processos colaborativos, experimentar o ofício em grupo, e tantas outras denominações, agora optaram entrar na era do consumismo da arte por necessidade pessoal? Vivemos e sobrevivemos das leis de incentivo, sabemos que isso é o Karma do século XXI. mas cadê as histórias que de fato transformam uma sociedade?
Será perseguição? Ou modismo?
Pergunto a mim mesmo três vezes, novamente... Será modismo?
Que saco, não consigo pensar em outra coisa...
Será que vou ter que colocar a minha vida no palco para fazer parte desse mundinho artístico...? Cheio de declarações pessoais, vangloriações para exaltar o ego, escancarando o que poderia ser privado? Calma.
Vamos lá, não pensem que acabou.
Continuando a saga, em busca de integração com o universo do teatro, vou mais além.
Ah não... De novo não... Passando por sites de notícias dos ditos festivais internacionais de teatro do nosso Brasil Varonil descubro que 40% dos espetáculos produzidos para as grades destes festivais e suas curadorias, são de cunho autoral.
Onde encontrar criadores de histórias? Sim, criadores e não performes de ações dramáticas sem começo, meio e fim.
Não consigo raciocinar com os atuais joguetes de palavras e sombras de dúvidas.
Isso aqui é meu ( blog), portanto me coloco na primeira pessoa com direito de desabafar através de palavras e sentimentos carregados de pavor, pois faço parte deste meio da arte.
Ando cansado da minha educação artística. Levantar no final de uma apresentação está cada vez mais difícil. Estou esgotado de cumprir protocolos, risinhos, carões e poses de um papel sem the end, sem prazer.
Preciso acreditar na emoção da arte. No valor da construção e no poder da transformação, caso contrário terei que mergulhar nos rituais de Dionísio, na construção das tragédias e comédias gregas para descobrir se isso tudo realmente valeu a pena.
A final teatro é ofício e não babação de palavras.
Ser ou não ser...Eis a questão.
Ah! Que saudade, da escola, dos amigos, das cervejas, das rodas de teatro na rua, dos grupos de trabalho, dos grupos de pessoas que pensavam em outras pessoas quando escolhiam e criavam seus textos, do respeito ao publico, do valor integro do fazer teatral... Quantas saudades...
Ainda bem que me restam lembranças.
E elas ficam,
E me fazem sonhar.
Marcelo Oliveira
Ator, diretor, educador
Sobrevivente do pensar e fazer teatro.