sexta-feira, 4 de maio de 2018

Quem com ferro fere, será ferido!

Venho nos últimos meses respirando e refletindo sobre alguns acontecimentos na minha vida e na dos outros ...porque não? Afinal sou parte do meio. 
Sinto afinal que se houvesse mais contemplação e respeito,  seria tudo muito diferente...
O problemas é que nós não aguentamos só observar, temos que palpitar e dar aquele posicionamentozinho necessário para garantir fluidez em nosso estado egoico. 
Veja bem, há alguns anos atrás um certo ator renomado da cidade me disse: larga mão disso, teatro pra que? Vai fazer outra coisa menos trabalhosa... e foi tecendo sua dita relação experiente com o teatro.
Gente confesso que na hora me bateu uma raiva danada desse ator, que vinha sendo uma referencia para o meu trabalho no teatro. Aquilo pra mim na época soou como um disco do Raul Seixas que te faz pensar mas nunca desistir  (até porque quem me conhece sabe muito bem que não gosto da sonoridade do Raul, mas as letras, ah, estás têm um lugar todo especial)...
Desistir de tudo o que estava sendo construído... isso porque meu grupo de teatro na época estava popularmente dizendo, BOMBANDO, nas ruas, estradas e cidades desse país a fora. Nunca.


Graças a mim e aos deuses não desisti, porque não sou de desistir facilmente das coisas...
Sabes porque estou refletindo sobre isso?
Por que sou educador e me preocupo com a formação dos meus educandos, diferente daquele ator em seu estado egoico, que sem o mínimo cuidado, quase me fez desistir de tudo.
Veja bem meus amores,  precisamos mudar nossos discursos quando falamos com o outro, ter cuidado, ser prudente e usar mais a escuta interior, principalmente quando estamos falando de arte como expressão de um sentimento...  Pense nisso.
Note que palavras, conselhos, conversas amigas  podem modificar a vida de qualquer ser que busca  transformação. Pena mesmo o comentário deste ator renomado que daquele momento em diante passou a não fazer mais parte da minha rotina...
Também me lembro de um professor de teatro na época da minha formação que gritava em todos os cantos; vocês são bolhas, não servem para nada, somente seus corpos e suas vozes estarão a serviço do teatro...o que?
 Nunca mais quero frequentar uma sala de aula onde alguém, posto como referência, se torna o vilão dos encontros nos divãs das salas de análise. 
Cuidado! Quem com ferro fere, com ferro será ferido! 
Atenção, concentração, fale agora...( soa como brincadeira de criança neh?) mas, cuidado e escuta são duas ações que podem nadar no mesmo rio e remar até mesmo no mesmo barco.
Não me venha com grandezas, glomourização e exageros, porque daqui dos meus sentimentos e ações, prefiro trabalhar com a  sinceridade necessária e  ter prazer na construção de um mundo melhor...
Senhoras e senhores! Eu não faço teatro, porque não sou pedreiro e graças a eles, os pedreiros,  temos um teto para discutir a nossa verdadeira arte em busca de transformações. 
Eu sou o teatro, ele vive em mim, sou integração absoluta com a arte do presente. 
By Marcelo Oliveira 
Presente. Estou aqui. 

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