quinta-feira, 12 de setembro de 2019

EU ATÉ PODERIA SER UMA FRANKSTEIN



EU ATÉ PODERIA SER UMA FRANKSTEIN
Quer saber? Já passei por poucas e boas... na infância era mimado, muito mimado ...mãe, pai, tias, avós, avô. Tipo neto protegido entende? Na escola discriminado por ter um corpo que requebra e com isso cavei o meu lugar de respeito entre meus colegas mais chegados, sabe como? Jogando. Literalmente jogando bola. Jogava e por sinal bem, uma bola forte cheia de atitude nas quadras de vôlei, mas não cresci o suficiente para seguir a sonhada carreira. Era bem jovem e tive que me virar, dar as costas e provar que força e argumentos me acompanhavam dentro e fora de casa. Na escola, ah... o tão sonhado espaço de aprendizado... inteligente e rápido, incomodava bastante as pessoas em minha cinesfera, principalmente por ser uma pessoa extremamente questionadora desde muito cedo... Gostava, gosto de dançar e patinar e disso não abro mão até hoje. Não fui exemplo, sempre tive topete e nariz empinado...bom aluno soube aproveitar as oportunidades que uma bolsa de estudos me proporcionou em escola cara e da alta sociedade, como todos da cidade no interior gostavam de jogar na minha cara. Tá, então aos 14 aninhos de idade emancipado, vou morar na Paulicéia desvairada. Choque cultural é normal! A cidade pequena nunca foi pra mim lugar de boa convivência e de realização de sonhos. Nunca reclamei, pelo contrário agradecia sempre as boas oportunidades. Sampa me fez gente responsável (afe um adolescente...merecia tudo isso?) Larguei as quadras e parti para a matemática, sim teve dois anos concluídos na conceituada USP, mas o que eu precisava mesmo era trabalhar, pagar minhas contas, porque não nasci em berço de ouro, então fui escriturário, técnico de câmbio, trabalhei em loja, fui garçom, fiz pedágio de palhaço, até me encontrar definitivamente no teatro. Larguei tudo e um bucado de gente ficou na memória... afinal quando vc muda drasticamente sua situação financeira você perde não só cifras bancárias, perde também os ditos amigos. Quanto há comer o pão que o diabo amassou sei lá com o que, sempre tive pensamentos positivos, sorriso no rosto e muita força de vontade, trabalho nunca me faltou. Se disser que minha família foi responsável por tudo isso estaria mentindo, apesar de telo-los sempre por perto a mola propulsora do que eu sou hoje foram as pessoas que conviveram e trabalharam comigo, sejam elas amigas ou profissionais. Nunca gostei de deixar as coisas sem resolver aqui ou acolá. Se a vida é um verdadeiro e divertido balanço... lembre-se: existem dias em que você vai estar em alta total e dias em que a baixa seguirá seu fluxo real, mais quer saber o que tem de interessante neste movimento? Os Vôos, as possibilidades que vão surgindo no espaço de tempo entre os altos e baixos. Isso sim me interessa porque sempre me colocaram em movimento. Casei, tenho minha família ( faço questão de ser reservado) tenho um projeto de educação no qual defendo há 20 anos. Tenho 24 anos de formação no teatro com muito orgulho e honra, porque afinal foi o teatro meu melhor amigo, pai, amante e amor exemplar. O teatro me sustenta, me equilibra e me dá forças para seguir lutando. A ele dito as minhas regras.
Já já estarei cinquentão e a minha luta é todo o dia contra tudo e todas as pessoas que tentam me calar.
Soy assim, cheio de uma espiritualidade subversiva. Busco compreender meu corpo e meu espírito todos os dias para estar com o outro em amor pela vida, pois acredito que a vida é uma grande festa libertadora.
By Marcelo Oliveira.
#simone star

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